A Tacada do dia...

sábado, novembro 27, 2010

Semana

Já referi a minha posição sobre a NATO e a Cimeira de Lisboa. Ainda assim ainda existem duas coisas de que me apraz falar. A primeira questão que se coloca é para que serve realmente uma Cimeira da Nato - e neste caso não vou entrar em discussões filosófico-ideológicas sobre a organização. Tudo o que interessa discutir nessas Cimeiras já foi discutido - e decidido - ao longo de meses pelo batalhão que circunda cada chefe de estado. Só ingénuos podem acreditar que se discute e decide realmente alguma coisa de importante nestas assembleias. Portanto para além de virem cá passear os fatos novos, as comitivas gigantes e os meios de transporte de cada um não vejo bem o objectivo da coisa. Exceptuando, claro, o grande Obama que veio cá lavar o carro. Eu normalmente lavo o carro - que mentira descarada - numa bomba de gasolina ou em locais próprios para o efeito. O Obama foi lavar o carro ao Palácio de Belém. Fiquei bastante surpreendido... nem sabia que a residência do chefe de nação era só uma fachada para um serviço de car wash. A próxima vez que for a Lisboa sou gajo para lá dar um salto só para ver a qualidade do serviço.

Ainda em relação à Cimeira, alguém sabe onde param os blindados que vinham aí para proteger os digníssimos visitantes. Bem.. de qualquer das formas espero realmente que ainda venham. Acho que são milhões de euros muito bem empregues e podem sempre fazer companhia aos submarinos. A próxima vez que formos atacados o invasor vai ver o nosso poderio militar! Se forem os espanhóis espero que não se lembrem todos de mijar ao mesmo tempo para o lado de cá... contra isso ainda não estamos preparados. Agora uma luta à moda antiga.. cara a cara... eles vão ver...

Deixando-me de parvoíces e redireccionando o tema para problemas a sério, nesta semana ocorreu a maior luta de trabalhadores das últimas décadas. A Greve Geral foi um importante marco na luta de classes em que o nosso país está metido - sim, eu acredito na luta de classes. Segundo o Governo estive eu de Greve e mais duas pessoas, sendo que uma delas só não foi trabalhar porque não tinha transporte e a outra não conta para a estatística porque tem uma profissão liberal. Na mesma semana o PS aprovou, de mão dada ao PSD, o pior Orçamento de que há memória. Numa altura de recessão o que precisamos mesmo é de cortes nos salários, cortes nos abonos de família, aumento de impostos e cortes em tudo o que são despesas sociais (seja saúde, educação ou cultura).

Em relação às presidenciais, o senhor de Boliqueime distancia-se cada vez mais do seu maior opositor e tem, por ora, garantida a maioria absoluta necessária à reeleição na primeira volta. Alegre continua a sua esquizofrenia política. A Greve Geral foi mais um tiro no pé para o poeta. Se aprovava chateava a família política (que nunca esteve bem do lado dele). Se criticava chateava os amigos do Bloco (que não sendo propriamente próximos, são os únicos que estão com ele desde o início).

Por fim, parece que hoje saiu uma entrevista no Expresso com o próximo primeiro-ministro de Portugal. Segundo Passos Coelho, está preparado para governar sobre a alçada do FMI. Acredito piamente que ele esteja preparado para isso. Nós é que não.

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sábado, novembro 20, 2010

Eu não sou contra a cimeira da NATO

É verdade. Por estranho que para alguns possa parecer, eu não sou contra a realização da cimeira da NATO em Lisboa. Apesar de achar no mínimo caricato que se gastem milhões de euros para um evento num país em que os sucessivos governos choram uma crise há anos - mesmo tendo em conta os lucros milionários da Banca e das grandes empresas - e em que se prepara o terreno para a entrada apoteótica do braço "armado" da finança internacional - o FMI - não sou contra este circo em Portugal. É me perfeitamente indiferente se a cimeira da NATO é feita em Portugal, na França, nos Estados Unidos ou no Burkina Faso. Eu sou é contra a NATO. A organização que pela boca de muitos foi criada para fazer frente ao Pacto de Varsóvia (apesar deste ter sido criado seis anos após a NATO) está envolvida ou é responsável, desde a queda do bloco soviético, por todas as grandes agressões militares mundiais. O desmembramento da Jugoslávia - que em 1999 era o único grande país ainda não alinhado com a "cultura" capitalista ocidental - e o bombardeamento da Sérvia durante mais de 2 meses foram alguns dos grandes feitos da organização. Curiosamente, a NATO nunca ponderou a hipótese de bombardear e invadir Israel para os fazer cumprir os acordos internacionais e as resoluções do Conselho de Segurança da ONU. Por falar em ONU e o seu CS (do qual agora fazemos parte), isso serve para quê mesmo?

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terça-feira, novembro 16, 2010

Coisas...

Um dos grandes problemas de estar tanto tempo sem escrever é ter demasiados temas para poder agarrar. O que poderia ser uma vantagem torna-se uma dor de cabeça.

A nível nacional poderíamos falar do teatro de mau gosto, com quatro péssimos actores, sobre a aprovação do Orçamento para 2011 (teatro que inclui a história da recandidatura do Senhor Presidente da República.. mais um actor fraquinho). Poderíamos falar do próprio OE e das implicações na vida da população em geral e dos tiros no pé, numa altura já de recessão, em que se vão reflectir a diminuição de salários e outros cortes de apoios sociais. Podíamos falar da vinda, qual criatura mitológica da resolução de todos o males, do FMI.

A nível local poderiamos falar do(s) buraco(s) do Hospital Pediátrico. Ou das mega-estruturas privadas da área da saúde que nascem que nem cogumelos em Coimbra. Ou da beleza da possibilidade do projecto do Metro Mondego ir pelo cano depois do ramal ferroviário já ter ido à vida.

A nível internacional poderíamos falar do Obama e da sua capacidade de por um lado conseguir unir a direita contra ele e por outro conseguir desiludir uma grande parte da sua base social de apoio (até lhe chamava esquerda.. mas aquilo sempre são os Estados Unidos..) e de provavelmente se preparar para conseguir a proeza, não exclusiva mas bastante incomum, de não ser reeleito. Também podia falar, mais uma vez, de Israel e da continuação de implantação de colonatos na Palestina desrespeitando todos os acordos internacionais e resoluções do Conselho de Segurança da ONU (seja lá o que isso for e para o que quer que sirva). Tal como de Israel também podiamos falar de Marrocos e da sua violência contra o Povo Saharaui. Mas quem é que quer saber disso, né? No Iraque como no Afeganistão, na Palestina como no Sahara Ocidental.

Conclusão... havia tantos temas de que podíamos falar que não me consigo decidir...

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quinta-feira, novembro 11, 2010

Reabertura

(corrigido em 12/nov)
Tal como a vida, todas as relações nela existentes (amorosas, de trabalho, de amizade, etc.) têm um princípio, meio e fim, sendo que nem sempre existe uma coerência e consequente razão para o prolongamento destas. Assim, também este blog surgiu com um objectivo do qual se foi afastando ao longo do tempo. Após algum tempo de interregno e de dúvidas entre terminar de vez com isto ou retomar o rumo inicial optei pela segunda. No entanto, dado o objectivo primordial de voltar a escrever sobre política, a regularidade será certamente menor... não porque não haja assunto suficiente mas porque a falta de tempo e às vezes a vontade não o permitem.

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