Assim, Não!

É hoje dada a machadada final deste processo político do qual os povos europeus foram sumariamente afastados. Afastados porque, nos países em que foram auscultados, tiveram o descaramento de dizer Não!

PS, PSD e CDS-PP preparam-se para ractificar hoje à tarde na Assembleia da República a Constituição Europeia, perdão, Tratado de Lisboa. É desprezível que PS e PSD - que ambos fizeram campanha para as legislativas defendendo o Referendo à Constituição - venham agora por de parte o plebiscito. É ainda mais desprezível a desonestidade intelectual dos intervenientes quando tentam defender a sua nova posição com o argumento de que o Tratado de Lisboa é algo diferente da Constituição Europeia.

Os referendos pela Europa dariam um aspecto democrático ao processo e no caso de aprovação serviriam a política neo-liberalizante da UE.. No entanto, nem tudo são rosas - também há laranjas - e isso da democracia, mesmo a burguesa, é coisa do passado.. O importante é prender os países ao documento..



Recorde-se ainda que o referendo chegou a estar efectivamente nos planos dos dois partidos e até obrigou a uma revisão constitucional acordada entre eles.
O Tratado de Lisboa, uma espécie de morto-vivo da defunta Constituição, vem interferir nas liberdades, direitos e garantias dos povos da europa e interferir na soberania nacional dos países.

A Europa de Merkel, Sarkozy e Brown - apoiados pelos servis Barroso e Sócrates - avança a passos largos. À Europa da liberdade, igualdade e fraternidade só resta resistir!

PCP, BE e PEV vão votar contra a ractificação.

Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.

em
Trova do Vento que Passa, Adriano Correia de Oliveira