A Tacada do dia...

segunda-feira, fevereiro 16, 2009

Venezuela, o Povo - mais uma vez - decidiu!


Em referendo, 54 por cento dos venezuelanos aprovaram a emenda constitucional que prevê um número ilimitado de candidaturas à presidência da República, uma pretensão de Hugo Chávez

RTP Notícias 20090216

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14 Comments:

  • Obrigado Hugo. A solidariedade com a Venezuela é hoje ainda mais importante porque como diz o camarada do resistir.info:

    "Os 54,36% dos venezuelanos que votaram "sim" no referendo de domingo deram o seu apoio à Revolução Bolivariana e ao Socialismo. Foi uma pesada derrota da reacção interna manipulada pela embaixada dos EUA. Esta votação histórica constitui uma bela vitória para todos os povos do mundo. Ela mostra a verdadeira saída para a crise que hoje devasta o apodrecido modo de produção e de distribuição capitalista."

    Sim é possível uma política de esquerda! E essa é a verdadeira saída para a crise!

    Um abraço
    Luís Rocha

    By Anonymous Anónimo, at 2/17/2009 4:34 da tarde  

  • Será que não há mais indivíduos com capacidade sem ser preciso a presença de ditadores, qq dia o Berlusconi tb é um exemplo a seguir. Perguntam qual a comparação, ambos fazem leis para seu beneficio ... ou é só uma mera suposição pessoal.

    Tb ouvimos dizer que mts votaram não e o voto foi contabilizado no sim, realidade ou ficção ...

    Eu acho que não se deve impor o individuo à sociedade.

    By Anonymous Anónimo, at 2/18/2009 11:34 da tarde  

  • Mais do que falar nas pessoas (que, no caso de Chavez, já ganharam por voto popular e universal, 12 ou 13 eleições) gostaria de falar nas políticas.

    O Berlusconi foi eleito. O Chavez também. O que os distingue são as políticas.

    Eu também acho que não se deve impor o individuo à sociedade. E penso que é uma total desonestidade intelectual a campanha ocidental que se fez (e continua a fazer) em relação ao referendo venezuelano e a Chavez. A pergunta do referendo não era "Deseja que Chavez seja o dono cá do burgo até morrer?" mas sim "Aprova a ampliação dos direitos políticos dos venezuelanos e venezuelanas, nos termos contemplados na emenda dos artigos 230, 160, 174, 192 e 162 da Constituição da República Bolivariana da Venezuela, tramitada por iniciativa da AN ao permitir a candidatura de todos os cargos de eleição popular, de modo que a sua eleição seja a expressão exclusiva do voto do povo?"

    By Anonymous Anónimo, at 2/18/2009 11:42 da tarde  

  • Ó Hugo e amigos, afinal também acreditam em milagres....
    abraço

    By Anonymous Anónimo, at 2/19/2009 4:07 da tarde  

  • Devias explicar-te melhor Pedro...

    By Anonymous Anónimo, at 2/19/2009 4:12 da tarde  

  • acreditar que chazez não fez este refrendo para beneficio próprio, que não explusou um eurodeputado por ter denunciado alegadas "mafiosices" e não dar relevo aos papelinhos que saiam só a dizer SI emos que carregassem no NO, é mesmo de quem acredita em milagres...
    abraço

    Ah e não me venham dizer que sou intoxicado pela comunicação social, é que a minha capacidade de ver onde está verdade e a mentira ainda não foi afectada pelo alzheimer.

    By Anonymous Anónimo, at 2/19/2009 5:55 da tarde  

  • Parece-me que continuas a fazer juízos de valor em relação ao Chavez e a basear-te em suposições em vez de falares das políticas que o Governo Venezuelano tem vindo a implementar.

    By Anonymous Anónimo, at 2/19/2009 10:59 da tarde  

  • Pessoalmente, como Comunista, acho que apelidar de "Socialismo" esta "Revolução Bolivariana" faz-me um bocado de confusão. Na verdade ela não passa de mais um processo social-democrata, levado a cabo pela pequena-burguesia asfixiada pelo Imperialismo e utilizando a classe operária como tropa-de-choque. Por muito positiva (será?) que ela esteja a ser para a condição do proletariado Venezuelano, julgo que não devemos ter ilusões quanto ao seu futuro. Por um lado Chávez está já a entrar na fase de "culto da personalidade" e por outro o proletariado, ao qual falta um partido forte e profundamente Leninista, não está a conseguir impôr-se à pequena-burguesia, estando a ser arrastado por esta para a armadilha da "unidade popular", que tantas derrotas valeu ao movimento Comunista no século passado. O futuro não me parece risonho para os trabalhadores Venezuelanos.

    Acho que os Comunistas devem começar a distanciar-se desta "revolução Bolivariana" pois não será com a "transição pacífica" e a "unidade de todo o povo" que o Socialismo será alcançado.

    Saúde.

    By Anonymous Anónimo, at 2/20/2009 12:25 da manhã  

  • Desculpa lá camarada Igor, mas o teu ultra-esquerdismo merece uma resposta. E é melhor teres cuidado quando tentas falar em nome dos comunistas sem conhecer ou sem te lembrares do programa do PCP.

    Eu acho piada a a esses devaneios ultra-esquerdistas do tipo:

    Acho que os Comunistas devem começar a distanciar-se desta "revolução Bolivariana" pois não será com a "transição pacífica" e a "unidade de todo o povo" que o Socialismo será alcançado.

    Pois respondendo, eu te digo que o meu Partido que é o PCP não propõe nenhum levantamento armado contra a democracia burguesa, mas pelo contrário o que defende é um programa que se chama "democracia avançada para o Século XXI". Esse programa consiste numa via democrática (eleitoral) para alcançar um patamar de bem-estar para o povo português que inclui uma "economia mista", uma democracia participativa, nacionalizações de sectores estratégicos e uma reforma agrária. Descupa lá a pergunta: eu disse alguma coisa que não esteja a ser feita (ou já foi feita) na Venezuela?

    Também vais chamar ao PCP de social-democrata?

    E que tal pensar um pouquinho antes de dizer asneiras?

    Cumprimentos de um militante do PCP há 9 anos,
    Luís Rocha

    By Anonymous Anónimo, at 2/20/2009 3:27 da tarde  

  • Igor a tua análise surpreende pela insolência. Concerteza que não faltaram "especialistas" do comentário de serviço a maldizer a Revolução Cubana quando ela surgiu em 1959. E no entanto ela mantém-se de pedra e cal 50 anos depois. Aliás pelos vistos, o que o Fidel diz sobre a América Latina, é algo que tu desprezas.

    O internacionalismo com os povos em luta contra o imperialismo é um dever de todos os revolucionários, não é uma opção!

    Felizmente a posição oficial do PCP não tem nada a ver com esses teus devaneios.

    By Anonymous Anónimo, at 2/20/2009 3:41 da tarde  

  • Assim se refere o tema no Avante:

    Dez anos de Revolução Bolivariana

    Luís Carapinha; 19 de Fevereiro de 2009

    A vitória alcançada pelas forças bolivarianas no referendo venezuelano à emenda constitucional do passado domingo possui um valor estratégico para o processo de mudança vivido no país sul-americano. A possibilidade de Chávez se candidatar às eleições presidenciais de 2012 e continuar o projecto de transformações iniciado há precisamente uma década é reconhecida como uma necessidade histórica por todas as forças progressistas e revolucionárias na Venezuela e apoiada pelo seu povo.

    Há a consciência de que a revolução bolivariana está longe de ser um dado irreversível. A necessidade do seu aprofundamento qualitativo na via anti-imperialista e anticapitalista é hoje mais premente do que nunca, face ao avolumar do caudal de contradições internas próprio de um complexo processo de ruptura desigual e inacabada e, também, às crescentes ameaças e impactos resultantes da crise económica mundial do capitalismo.

    Porém, nenhuma lacuna, tarefa não concluída, erro político, problema ou desafio poderão diminuir a importância para o povo venezuelano, especialmente as suas classes mais desfavorecidas, destes dez anos de revolução bolivariana e o seu significado para a vaga de emancipação que se formou na América Latina.

    Apesar da ofensiva permanente do imperialismo e do boicote dos grandes media, as conquistas da revolução são uma realidade tangível: uma Constituição, democrática e progressista, que abriu amplos espaços de participação popular; a redução das taxas de pobreza, desigualdade social e desemprego; a erradicação do analfabetismo e a extensão da oferta educativa a todos os níveis; o acesso de milhões de venezuelanos, antes discriminados, à saúde; a rede nacional de mercados alimentares a preços subsidiados; a nacionalização de facto da estatal petrolífera e de sectores estratégicos da economia; a recuperação das mãos do latifúndio de cerca de 30% das terras produtivas (metade das quais foi distribuída aos camponeses) são apenas alguns dos aspectos mais destacados. Mas talvez a conquista mais transcendente seja a recuperação da dignidade pelo povo da pátria de Bolívar. Ligada a uma repolitização da sociedade e à colocação, massiva, da exigência do socialismo na ordem do dia – numa época de contraciclo e refluxo mundial das forças progressistas e revolucionárias.

    Certamente que, num ambiente de intensa luta de classes, o perigo do voluntarismo e sobretudo do arrivismo político e ideológico não poderá ser subestimado, precisando ser correctamente enquadrado e combatido. Assim como as práticas de corrupção, esbanjamento de recursos, burocratismo e ineficácia para as quais alertou o presidente venezuelano no comício de festejo da noite de domingo.

    Para a revolução bolivariana as maiores batalhas e desafios estão ainda pela frente. O velho estado da IV República não está vencido, tal como – apesar dos colossais esforços empregues – o modelo económico baseado na renda petrolífera, com todos os factores de deformação social inerentes. E os EUA prosseguem a estratégia de militarização e ingerência na região.

    Mas o caminho já percorrido através de 14 vitórias eleitorais (apenas uma derrota no referendo constitucional de 2007), com permanente mobilização e protagonismo populares, representa uma oportunidade extraordinária para a acumulação de forças. O fortalecimento das forças revolucionárias em condições de assegurar o aprofundamento do processo de libertação nacional na via de uma transição que aponte ao socialismo representa um repto histórico.

    Na Venezuela e América Latina cresceu o sentimento da necessidade de soberania associada à superação do capitalismo. A unidade de acção e direcção de todas as forças que compõem a revolução bolivariana, assinalada pelo PCV como um dos factores da vitória de dia 15, é um sinal de confiança para as lutas que se seguem.
    Fonte: Avante!

    By Anonymous Anónimo, at 2/20/2009 5:42 da tarde  

  • Caro Luís devo começar por esclarecer o seguinte: eu não falei em nome "dos Comunistas", mas apenas e só em nome da minha pessoa, na condição de Comunista. Ao contrário da posição do PCP e de muitos dos seus militantes, eu sou daqueles que acha que esses dogmas do tipo "comunista sou eu, tu és isto ou aquilo" e que são um hábito do velho Movimento Comunista só servem para tentar camuflar insuficiências e contradições ao nível da teoria e da prática Marxista-Leninista desta ou daquela organização. A culpa não é do PCP nem o PCP tem o exclusivo desta prática. Os alucinados maoístas ainda foram piores, por exemplo.
    Isto para dizer que a minha opinião sobre o PCP, e já que ela foi chamada ao debate, é coincidente com o que dizes. É um partido cada vez mais social-democrata e isso é comprovado por ti mesmo quando, transcrevendo o programa oficial, falas em "economia mista", "via democrática e pacífica para o Socialismo", "bem estar de todo o povo" e por aí fora. O PCP apresenta isto como "novo", quando na verdade isto é mais antigo que o próprio Leninismo! E pior que ser anterior ao Leninismo só mesmo constatar que Lenine fez grande parte do seu percurso político e ideológico a batalhar contra tais degenerações reformistas do Marxismo.
    Portanto a meu ver, e já que eu fui "insolente" posso apelidar-te de "arrogante", pois de uma forma pretensiosa apresentas o errado como certo.
    Mas deixemos por aqui este ponto e vamos a Cuba e à Venezuela.

    Ora tu dizes que a Revolução Cubana se mantém "de pedra e cal" ao fim de 50 anos. Vamos aos factos: há 50 anos a revolução Cubana era tudo menos Socialista. Foi uma revolução patriótica e democrática (e como tal Burguesa), feita com o objectivo de expulsar o Imperialismo e golpear uma ditadura da burguesia. O processo é clássico e não constitui mal algum, dado ser uma necessidade histórica da pequena-burguesia. Porém, quando o Imperialismo contra-atacou, a direcção de Fidel tornou-se, num passe de magia, "Socialista" para agradar ao Krutschev, tornando Cuba e o seu povo meras marionetas ao serviço dos jogos geo-políticos das duas potências. De lá para cá Fidel adornou a revolução com enfeites "Comunistas", tendo reactivado o PCC, que teve uma actuação miserável no levantamento dos barbudos. Inventaram uma fórmula espantosa de "poder popular", onde os órgãos são controlados por cima, pela burocracia Estatal; arregimentou os trabalhadores e toda a classe proletária etc etc... um filme visto vezes sem conta no século passado.
    Cuba hoje é uma referência anti-Imperialista (como é a Venezuela, o Irão ou a Coreia Monárquica) mas não é, nem foi algum dia, um Estado socialista. Confundir o controlo paternalista de um partido-estado com o poder de base dos conselhos operários é um equívoco contra-revolucionário.

    Pois a Venezuela quer aproximar-se do modelo Cubano, mas com mais calma. Primeiro a burguesia praticamente não foi tocada pelo processo. Depois há essa coisa a que chamam "poder popular", mas de uma forma mais original que é Estado mais exército a dividir pelos trabalhadores. Depois houve a unificação do PSUV, jogada com barbas, a que o PCV fez um manguito, mostrando alguma decência. Depois há o incentivo de Chávez aos pequeno-burgueses, com a formação de centenas e centenas de novas empresas no sector privado controladas por Chavistas. Depois ainda a total inércia de sindicatos e da esquerda no geral, que sem força são obrigados a apoiar a social-democracia com medo da reacção Fascista.

    Peguemos neste último ponto: o medo que muitos reformistas tiveram sempre da reacção Fascista, levando os movimentos de massas a colarem-se à pequena-burguesia (exactamente o que aconteceu em Portugal no PREC) é uma expressão de anti-marxismo. Que raio de Comunistas são estes que não acreditam na capacidade revolucionária da classe operária, entregando-a assim à pequena-burguesia para que esta a use como almofada contra o Fascismo? Que eu me lembre o que Lenine sempre defendeu e colocou em prática foram acordos entre proletariado e pequena-burguesia desde que estes resultassem sempre numa posição de vantagem para a classe revolucionária. Nunca defendeu uma posição subalterna, subjugando a revolução aos interesses da social-democracia. E isto é o que se passa na Venezuela e foi o que se passou dezenas de vezes na História do Socialismo do século XX.

    Por último acho que devo agradecer a alcunha de "ultra-esquerdista" com que me presenteaste.

    Resumi o meu raciocínio e o meu texto ao mínimo indispensável, mas creio que a mensagem fica transmitida.

    Saudações

    By Anonymous Anónimo, at 2/20/2009 7:03 da tarde  

  • Bem, pelo menos tenho de admitir que tens alguma honestidade intelectual.

    És um ultra-esquerdista assumido.

    E tens argumentos, mas eles são falaciosos.

    Essa mania de dizer que nenhum Socialismo presta ou prestou nunca leva os comunistas a lugar algum, se bem que eu concorde a ideia dos conselhos operários (tb concordo com os conselhos de camponeses, soldados, empregados, etc).

    Esta discussão dá pano para mangas, e mais uma vez no aspecto de debater dou-te crédito, mas isso não mata a fome do povo.

    Sabes o que mata a fome do povo e realiza todas as outras necessidades humanas? A Revolução Bolivariana, nem mais.

    Saudações proletárias,
    Luís Rocha

    By Anonymous Anónimo, at 2/20/2009 9:04 da tarde  

  • Bem Luís, eu quis ser irónico mas já vi que não fui bem sucedido. Não me assumo como "ultra-esquerdista" porque não me considero tal coisa. O que eu quis dizer é que vindo de alguém que defende essas posições, "ultra-esquerdista" acaba por ser um elogio.

    No ponto dos "conselhos operários" tu dizes que "concordas com a ideia". Repara, se és Comunista e acreditas na ditadura do proletariado, na construção da democracia operária e na via da auto-gestão da sociedade não tens que "concordar" ou deixar de concordar com "a ideia". Os conselhos de trabalhadores, soldados, empregados, desempregados e de todos os sectores das classes exploradas são inerentes e são a essência do Socialismo. Sem eles nada feito, tal como se provou com as aberrações produzidas ao longo da História.

    Relativamente à discussão da qualidade dos "socialismos" do passado, dizes que ela não leva a lado nenhum. Pois eu considero exactamente o contrário. Só fazendo uma auto-crítica séria do passado, das taras e ilusões que todos tivemos sobre a URSS, a China, a Jugoslávia, a Albânia ou seja lá que paragem fosse, só através de uma análise Marxista e das inferências dela retiradas poderemos construir uma corrente Comunista e revolucionária que prepare a classe operária para os desafios do futuro, cada vez mais próximos diga-se.

    Para terminar este ponto, arrumas a discussão com o argumento de que "discutir não mata a fome do povo". Penso que foste demasiado ligeiro nesta apreciação, porque quem matará a "fome do povo" serão os Comunistas, mas só o conseguirão através da discussão.

    Ainda em relação à Venezuela, vejo que acreditas, com uma fé mística, que a "revolução Bolivariana" caminha a passos largos para a realização dos anseios das classes trabalhadoras. Pois eu começo a ver o exacto oposto, até porque essas "reduções das taxas de pobreza" de que fala o Avante! têm sido visíveis sim, mas na classe da pequena-burguesia urbana. O povo trabalhador e que vive nas favelas está é a começar a ficar um bocado aborrecido com taxas de inflação de dois dígitos. Daí que os 30 e tal % de abstenção ao referendo de domingo último me pareceu um número a ter em conta, especialmente quando falamos de uma "revolução popular".

    A ver vamos como acontecerá quando as classes antagónicas da pequena-burguesia e do proletariado, que são as que estão envolvidas no processo, começarem a lutar entre si.

    Saudações

    By Anonymous Anónimo, at 2/21/2009 1:56 da manhã  

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