A triste história desta cidade...

Argamassa de que nem o fornecedor dá garantias face à utilização, betonagem feita num dia e descofragem lateral executada no dia seguinte, tijolos de qualidade inferior e aplicados por molhar, uso de pré-aros de portas em madeira alegadamente atingida pelo fogo e supressão de trabalhos com pagamento ao empreiteiro de metade do valor dos mesmos

Se não fosse tão grave, este pitoresco excerto síntese de um relatório de um fiscal residente de uma obra, seria no mínimo engraçado. No entanto refere-se às, tão inquinadas, obras do novo Hospital Pediátrico de Coimbra. Num País de faz de conta onde os políticos, autarcas e governos tão prontamente se disponibilizam para, hipotecando os orçamentos de vários anos das autarquias, construir estádios em barda, onde as audiências são inversamente proporcionais aos seus custos, a história do novo Hospital Pediátrico faz-se de dúvidas, faltas de orçamento, aparente falta de qualidade, desvios e constantes adiamentos.

Será este o País a Cidade que queremos? Uma terra que troca, displicentemente, saúde por futebol? Só quem não conhece as (faltas de) condições do velho, velhinho, Pediátrico de Coimbra e a importância deste serviço público pode fechar os olhos a estas barbaridades do erário público.

A notícia do Campeão das Províncias disponível aqui ainda faz referência ao possível desvio de encargos de mais de 25% face ao adjudicado. O que, caso se verifique, obrigará a novo concurso para execução das obras a mais.

Não haverá por aí um Euro da Saúde que obrigue à celeridade com que fomos prendados aquando da construção dos estádios de futebol para o Euro 2004?