De que buraco andarão a desenterrar o dinheiro?

De há uns anos para cá o discurso do "apertar o cinto" era recorrente. Quando se levantavam questões como salários, saúde, educação, segurança social, entre outras, os nossos governantes bramiam aos céus com os números do défice, a despesa pública e outros termos que os economistas e os liberais tanto gostam.

Aparentemente, nos últimos meses os nossos governantes devem ter descoberto um poço de petróleo ou uma mina de ouro. Jorra dinheiro por todos e para todos os lados. Em tempo de (sistémica) crise internacional, Sócrates, Pinho, Teixeira dos Santos e a CGD distribuem milhares de milhões de euros por todo o lado. Empréstimos a Bancos (ditos normais), nacionalizações de Bancos que andaram em negócios obscuros e perderam o dinheiro dos seus clientes/accionistas, empréstimos a Bancos que ninguém conhecia e onde só uns poucos milionários podiam criar conta, investimentos em obras públicas, caridadezinha para os funcionários públicos, empréstimos de centenas de milhões para algumas empresas portuguesas.

É verdade. A vida sorri para nós, portugueses. Em tempos de crise, despimos a tanga e vestimos um Armani.